quarta-feira, 16 de março de 2011

Antigeno & Hapteno

Antígenos e Haptenos

Um antígeno (em Portugal antigénio) é toda partícula ou molécula capaz de iniciar uma resposta imune, a qual começa pelo reconhecimento pelos linfócitos e cumula com a produção de um anticorpo específico. Podem ser classificados em:
  • antígeno completo ou imunógeno: antígeno capaz de suscitar uma resposta imune.
  • antígeno incompleto: incapaz suscitar uma resposta imune.
Para melhor esclarecer a diferença entre antígeno e imunógeno é necessário conhecer os mecanismos de iniciação da reação antígeno-anticorpo. O sistema imunológico tem como função básica a discriminação entre os antígenos próprios (self) e os antígenos não próprios (non-self). Isso deve ocorrer para que se evite um ataque pelo sistema imunológico dirigido a moléculas próprias ou úteis ao organismo. Somente após este reconhecimento é possível que a reação imunológica prossiga no sentido de destruir um antígeno potencialmente nocivo. Assim, o sistema imunológico reconhece os antígenos non-self, reagindo contra eles. Nesta situação, o antígeno pode ser denominado imunógeno. Caso 0 seja reconhecido como self, não haverá resposta imune efetora, e diz-se que há tolerância imunológica. Um antígeno pode ser uma bactéria ou um fragmento dela, um vírus, um fungo, um protozoário, parte de um organismo mais complexo como um Parasita, ou até uma substância qualquer.
A vacinação ou imunização consiste em se inocular, geralmente através de injeção, um antígeno inofensívo (não patogênico) que contém epítopos semelhantes aos apresentados por um patógeno --- que pode ser, por exemplo, um vírus ou bactéria. Assim, é induzida no sistema uma reação dirigida contra aqueles epítopos, com produção de anticorpos específicos ou imunoglobulinas; da próxima vez que este antígeno for apresentado, (por exemplo, durante uma infecção pelo vírus ou bactéria alvo da imunização) os anticorpos já estarão prontos para agir; além disso, terá havido a formação de uma memória imunológica, isto é, a capacidade do sistema imunológico de reagir mais prontamente contra estes epitopos. Assim, a infecção será mais prontamente debelada e a doença será mais branda, subclínica ou inexistente.
A Auto-imunidade pode ocorrer quando o organismo é exposto a antígenos cujos epitopos se assemelham aos de antígenos próprios; assim, a reação imunológica provocará, equivocadamente, reação cruzada de maior ou menor intensidade contra antígenos reconhecidos como self. Pode ocorrer também quando doenças, traumas ou outros fenômenos expõem ao sistema imunológico maduro antígenos que normalmente não estão expostos na corrente sanguínea, como antígenos do Sistema Nervoso (protegidos do contacto direto com o sangue pela barreira hemato-encefálica) expostos durante um trauma ou infecção.

Hapteno

(do grego haptien = unir), termo proposto por Landestiner em 1920, é uma substância não proteica, de baixo peso molecular ( menos de 10.000 u), que sozinha não consegue induzir uma resposta imunológica. No entanto, se estiver ligado a uma substância transportadora (proteína) de maior peso molecular, adquire a capacidade de induzir a resposta do organismo. Contudo o hapteno consegue ligar-se, sozinho, aos produtos da resposta imunológica.

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