quarta-feira, 20 de abril de 2011

Aglutinação

Aglutinação:        

        É a reação de um anticorpo presente naturalmente ou produzido no plasma - a aglutinina - com deteminados antígenos na membrana das hemácias - o aglutinogênio - formando um aglomeramento de pequenas massas de células.
       A aglutinação das hemácias só ocorre in vivo, após um erro de transfusão ou em condições patológicas, como a eritroblastose fetal. A aglutinação dos microrganismos pelo soro do doente constitui um método muito empregado de diagnóstico bacteriológico.

Eritroblastose Fetal

         O problema se manifesta durante a gravidez de mulheres RH negativo que estejam gerando um filho RH positivo.
        A Eritroblastose fetal, também conhecida como Doença hemolítica do recém-nascido é causada pela incompatibilidade sanguínea do Fator RH entre o sangue materno e o sangue do bebê. O problema se manifesta durante a gravidez de mulheres RH negativo que estejam gerando um filho RH positivo. Para que isso aconteça, o pai da criança precisa necessariamente ter o Fator RH positivo.
        As hemácias do feto, que carregam o Fator RH positivo desencadearão um processo no qual o organismo da mãe começará a produzir anticorpos. Estes anticorpos chegarão até a circulação do feto, destruindo as suas hemácias. É desta maneira que a Eritroblastose se origina.
        A Eritroblastose fetal pode causar a morte do feto durante a gestação ou depois do nascimento. Outras conseqüências da doença podem ser deficiência mental, surdez, paralisia cerebral e icterícia, causada pelo excesso de bilirrubina no sangue - pigmento gerado pelo metabolismo das células vermelhas do sangue - e caracterizada pela cor amarelada da pele.
 
Tratamento da Eritroblastose fetal

       Para determinar a gravidade do problema, é possível fazer exames através do líquido aminiótico. O tratamento de bebês que nascem com o problema pode incluir uma transfusão total de sangue. O bebê recebe sangue RH negativo, que não é destruído pelos anticorpos da mãe presentes no recém nascido, pois não têm o antígeno. Depois de um certo tempo, as hemácias RH negativas do bebê são totalmente substituídas por outras RH positivas.


      Para se proteger da Eritroblastose fetal, a mãe RH negativo que tem parceiro RH positivo pode receber gamaglobulina anti-RH por via injetável logo após o nascimento do primeiro bebê RH positivo. Essa substância bloqueia o processo que produz anticorpos contra o sangue RH positivo do feto. A mãe recebe uma dose passiva temporária de anticorpos que destroem células sanguíneas RH positivo, impedindo assim que a mãe produza anticorpos permanentes.

Prevenção

LINHAS DE COMBATE DO SISTEMA IMUNE

A ESTRUTURA E FUNÇÃO DAS IMUNOGLOBULINAS - ANTICORPOS II

A ESTRUTURA E FUNÇÃO DAS IMUNOGLOBULINAS - ANTICORPOS

ISOTIPOS
A.Definição     
 Isotipos são determinantes antigênicos que caracterizam classes e subclasses de cadeias pesadas e tipos e subtipos de cadeias leves.
      Se a IgM humana é injetada em um coelho o coelho irá reconhecer determinantes antigênicos na cadeira pesada e cadeia leve e produzir anticorpos contra eles. Se esse anti-soro é adsorvido com IgG humana os anticorpos para os determinantes de cadeia leve e quaisquer determinantes em comum entre IgM e IgG humanas serão removidos e o anti-soro resultante irá reagir somente com a IgM humana. Na verdade, os anticorpos somente reagirão com a região constante da cadeia μ. Anticorpos para a região variável são raros talvez porque apenas alguns poucas cópias de cada região variável diferente estão representadas na IgM e por conseguinte a imunização não ocorre. Os determinantes que são reconhecidos por tais anticorpos são chamados determinantes isotípicos e os anticorpos para esses determinantes são chamados anticorpos anti-isotipos. Cada classe, subclasse, tipo e subtipo de imunoglobulina tem seu próprio conjunto de determinantes isotípicos.
B.Localização

       Isotipos de cadeia pesadas são encontrados na porção Fc da região constante da molécula enquanto que isótipos de cadeia leve são encontrados na região constante. A localização de determinantes isotípicos está ilustrada na Figura 1.
 C.Ocorrência        
         Isotipos são encontrados em todos os indivíduos NORMAIS na espécie. O prefixo  ISO quer dizer o mesmo em todos os membros da espécie. Alguns indivíduos com imunodeficiências podem não ter um ou mais isótipos, mas indivíduos normais têm todos os isótipos.
D.Importância       
      Anticorpos são usados para a quantificação de classes e subclasses de  Ig em várias doenças, na caracterização de leucemia de células B e no diagnóstico de várias doenças de imunodeficiência.
ALOTIPOS
A.Definição
                
Alótipos são determinantes antigênicos especificados por formas alélicas dos gene de Ig.
         Alótipos representam poucas diferenças nas sequência de aminoácidos de cadeias pesadas e leves de diferentes indivíduos. Mesmo a diferença de um único aminoácido pode levar a um determinante alotípico, embora em muitos casos o que tem ocorrido é a substituição de vários aminoácidos.
        Diferenças alotípicas são detectadas pelo uso de anticorpos dirigidos contra determinantes alotípicos. Esses anticorpos podem ser preparados pela injeção de Ig de uma pessoa para outra. Na prática, entretanto, nós obtemos anti-soro anti-alotipo de mulher que tenha tido gravidez múltipla ou de pessoas que receberam transfusão ou de alguns pacientes com artrite reumatóide.
B.Localização         
         No Homem diferenças alotípicas são localizadas na região constante das cadeias pesada e leve. C.Ocorrência         
         Alótipos individuais são encontrados em indivíduos membros de uma mesma espécie. Todos os alótipos não são encontrados em todos os membros da espécie. O prefixo Alo quer dizer diferente em indivíduos de uma espécie.
D. Alótipos de Ig humanos
       Nomenclatura – Alótipos de Ig humanos são denominados com base na cadeia pesada ou leve na qual está localizado. Assim, um alótipo de uma cadeia pesada Gamma.

quarta-feira, 16 de março de 2011

Antigeno & Hapteno

Antígenos e Haptenos

Um antígeno (em Portugal antigénio) é toda partícula ou molécula capaz de iniciar uma resposta imune, a qual começa pelo reconhecimento pelos linfócitos e cumula com a produção de um anticorpo específico. Podem ser classificados em:
  • antígeno completo ou imunógeno: antígeno capaz de suscitar uma resposta imune.
  • antígeno incompleto: incapaz suscitar uma resposta imune.
Para melhor esclarecer a diferença entre antígeno e imunógeno é necessário conhecer os mecanismos de iniciação da reação antígeno-anticorpo. O sistema imunológico tem como função básica a discriminação entre os antígenos próprios (self) e os antígenos não próprios (non-self). Isso deve ocorrer para que se evite um ataque pelo sistema imunológico dirigido a moléculas próprias ou úteis ao organismo. Somente após este reconhecimento é possível que a reação imunológica prossiga no sentido de destruir um antígeno potencialmente nocivo. Assim, o sistema imunológico reconhece os antígenos non-self, reagindo contra eles. Nesta situação, o antígeno pode ser denominado imunógeno. Caso 0 seja reconhecido como self, não haverá resposta imune efetora, e diz-se que há tolerância imunológica. Um antígeno pode ser uma bactéria ou um fragmento dela, um vírus, um fungo, um protozoário, parte de um organismo mais complexo como um Parasita, ou até uma substância qualquer.
A vacinação ou imunização consiste em se inocular, geralmente através de injeção, um antígeno inofensívo (não patogênico) que contém epítopos semelhantes aos apresentados por um patógeno --- que pode ser, por exemplo, um vírus ou bactéria. Assim, é induzida no sistema uma reação dirigida contra aqueles epítopos, com produção de anticorpos específicos ou imunoglobulinas; da próxima vez que este antígeno for apresentado, (por exemplo, durante uma infecção pelo vírus ou bactéria alvo da imunização) os anticorpos já estarão prontos para agir; além disso, terá havido a formação de uma memória imunológica, isto é, a capacidade do sistema imunológico de reagir mais prontamente contra estes epitopos. Assim, a infecção será mais prontamente debelada e a doença será mais branda, subclínica ou inexistente.
A Auto-imunidade pode ocorrer quando o organismo é exposto a antígenos cujos epitopos se assemelham aos de antígenos próprios; assim, a reação imunológica provocará, equivocadamente, reação cruzada de maior ou menor intensidade contra antígenos reconhecidos como self. Pode ocorrer também quando doenças, traumas ou outros fenômenos expõem ao sistema imunológico maduro antígenos que normalmente não estão expostos na corrente sanguínea, como antígenos do Sistema Nervoso (protegidos do contacto direto com o sangue pela barreira hemato-encefálica) expostos durante um trauma ou infecção.

Hapteno

(do grego haptien = unir), termo proposto por Landestiner em 1920, é uma substância não proteica, de baixo peso molecular ( menos de 10.000 u), que sozinha não consegue induzir uma resposta imunológica. No entanto, se estiver ligado a uma substância transportadora (proteína) de maior peso molecular, adquire a capacidade de induzir a resposta do organismo. Contudo o hapteno consegue ligar-se, sozinho, aos produtos da resposta imunológica.

sexta-feira, 11 de março de 2011

Opsonização e Fagocitose

Leucócito



Uma imagem do sangue humano em circulação normal feita em um Microscópio Eletrônico de Varredura. Além dos leucócitos, de forma irregular, são visíveis os glóbulos vermelhos e as plaquetas, no formato de pequenos discos.Os leucócitos [De leuc(o)-, branco + -cito, célula; f.hist. 1873 leucocyto], também conhecidos por glóbulos brancos, são células produzidas na medula óssea e presentes no sangue, linfa, órgãos linfóides e vários tecidos conjuntivos. Um adulto normal possui entre 3.800 e 9.800 mil leucócitos por microlitro (milímetro cúbico) de sangue.
Os leucócitos (ou glóbulos brancos), têm a função de combater microorganismos causadores de doenças por meio de sua captura ou da produção de anticorpos. Por isso, o aumento de tamanho de gânglios, principalmente aqueles localizados logo abaixo da pele, revela a existência da uma infecção em ação, em alguma parte do corpo. Não são como as células normais do corpo. Na verdade agem como organismos vivos independentes e unicelulares capazes de se mover e capturar coisas por conta própria. As células comportam-se, de certo modo, como amebas em seus movimentos e são capazes de absorver outras células e bactérias. Algumas delas não podem se dividir e se reproduzir por conta própria, mas são produzidas pela medula óssea. Geralmente um indivíduo produz aproximadamente 100 milhões de leucócitos por dia.



quinta-feira, 10 de março de 2011

Órgãos Linfóides e Vasos Linfáticos

O sistema linfático é um apêndice do sistema circulatório. É composto pelos órgãos linfóides e pelos vasos linfáticos. O líquido circulante é a linfa, que quer dizer: água limpa. Trata-se de um líquido incolor proveniente do extravasamento sangüíneo, composto por triglicerídeos, colóides, leucócitos e demais componentes séricos do sangue, exceto hemácias. A linfa intestinal é de cor leitosa e é denominada QUILO (vasos quilíferos).
As funções do sistema linfático são:
·  Drenar o Líquido Intersticial que não é absorvido pelos capilares venosos;
·  Controlar as pressões líquidas intersticiais, mantendo o balanço de fluídos;
·  Mecanismo de defesa, removendo antígenos dos tecidos.
A linfa está presente nos capilares linfáticos, vasos, dutos e troncos linfáticos e sinusoidais dos linfonodos. Os vasos linfáticos possuem terminação capilar em dedo de luva, ou seja, só há início para a circulação; apresenta duas válvulas a cada segmento, provocando assim um sentido centrípeto do fluxo; a exceção dessas válvulas se dá nos capilares; os dutos e troncos linfáticos têm a mesma constituição venosa. Acompanham o trajeto venoso até desembocar o duto torácico na veia cava cranial. O fluxo de sua circulação se dá pela:
·Pressão tecidual osmótica;
· Massagem;
·                   Respiração (pressão negativa, diafragma [presença da cisterna do quilo]);
·  Peristaltismo;
·  Contração muscular estriada esquelética, comprimindo os vasos;
·Contração muscular lisa da própria parede dos dutos;
·  Satelitismo com artérias.
Os órgãos linfóides são um agregado de tecido linfóide, podendo ser: solitário, difuso ou agregado. Solitários nós encontramos os linfonodos, hemolinfonodos e tonsilas. Difuso são encontrados na submucosa intestinal; Agregados são as formações encapsuladas formando órgãos específicos, dividindo-se ainda em primários: medula óssea vermelha e timo; secundários: baço e placas de PEYER (folículos linfáticos agregados).
Os linfonodos são estruturas nodulares discretas, de formato ovóide, apresentando vasos linfáticos aferentes (que chegam) e eferentes (que saem), sinusoidais, formando o seio cortical, apresenta ainda trabéculas de tecido conjuntivo, tecido cortical com nódulos linfáticos (são os centros de reação, portanto, podem facilmente mudar de tamanho), além de um seio medular.
As tonsilas assemelham-se a linfonodos, mas apresentam criptas ao invés de vasos aferentes, estão localizadas na superfície das mucosas, principalmente na porção cranial (ascendente) do aparelho digestório e respiratório.
O baço não é um órgão essencial à vida, mas tem função imunológica, de filtragem sanguínea, remove ferro da hemoglobina velha, produz e matura linfócitos, incrementa sangue nas atividades musculares exigentes. Apresenta uma polpa branca com folículos linfáticos, abastecida pela artéria esplênica; e uma polpa vermelha com sinusóides venosos, suprida pela veia esplênica.
O timo é um órgão que involui após a maturidade sexual, mas não desaparece completamente. Tem a incumbência de formar todos os linfócitos do tipo T. Possui um córtex muito desenvolvido no seu pleno desenvolvimento.

Atividade Imunologia( Transplante)

Transplantação de órgãos


Chama-se transplantação, ou simplesmente transplante, o ato de colher um órgão ou tecido, ou parte deles, de um indivíduo (doador) e implantá-lo(s) em outro indivíduo (receptor) (ou, no caso de tecidos, no próprio doador). O primeiro dos transplantes que se assume como tal está imortalizado num quadro de Fra Angélico, onde se observa a intervenção dos santos Cosme e Damião, ao transplantarem a perna de um etíope negro morto, no diácono Justiniano, enquanto ele dormia.
De acordo com os subtipos de transplantações pode-se ter:
  • Transplantação autoplástica, que ocorre quando se transplantam tecidos do mesmo organismo, de um lugar para outro;
  • Transplantação heteroplástica, que é a transplantação de órgãos ou tecidos de um organismo para outro. E por sua vez, esta pode ser homóloga, se a transplantação ocorre entre indivíduos da mesma espécie;
  • Transplantação heteróloga ou xenotransplantação, se o transplante de órgãos ou tecidos ocorre entre indivíduos de espécies diferentes.


ü  Princípios éticos

Os transplantes reflectem questões éticas relativas à experimentação no corpo humano, às decisões políticas relacionadas com a saúde, e, em sentido mais amplo questionam os limites do conceito da dignidade humana. Deste modo, existe pois um conjunto de três princípios gerais, nos quais, se incorporam intrinsecamente as questões dos transplantes. O princípio da intangibilidade corporal, que reflecte a pertença do corpo à identidade pessoal, e como tal, merecedor da dignidade e da indisponibilidade inerente à pessoa humana. Desta forma, qualquer intervenção na integridade corporal é simultaneamente uma intervenção na integridade pessoal.
O princípio da solidariedade, que defende que sendo o homem um ser eminentemente social e portador da possibilidade de fazer um conjunto de sacrifícios em função do bem da comunidade, que dentro de estes sacrifícios devem incluir-se as dádivas de órgãos. Desde que estas não impliquem comprometimento da integridade vital. O princípio da totalidade, acredita que sendo o corpo um todo, cada parte do mesmo deve ser avaliada de acordo com o todo. E por isso, cada parte (membro, órgão ou função), pode ser sacrificado em função do corpo, desde que isso seja útil para o bem-estar de todo o organismo.
Dentro de estes três princípios gerais, insere-se um conjunto de princípios específicos, que se prendem com a medicina das transplantações. Assim, de acordo com o princípio da autonomia, a colheita de tecidos ou órgãos tem de passar pelo consentimento do doador e do receptor. Em ambos os casos, este apresenta-se como um consentimento informado. O indivíduo tem a capacidade de decidir qual a informação sua, que quer manter em anonimato, regendo-se por o princípio da confidencialidade.
Através do princípio da gratuidade, o órgão ou tecido apenas poderá ser dado e nunca vendido. Uma vez que este não é um objecto manipulável, mas é antes algo dotado de individualidade própria. Inerente ao conceito de dignidade da pessoa humana, não existe transplantação do encéfalo (embora exista de tecidos cerebrais), bem como dos órgãos sexuais. Isto porque, estas duas situações parecem pisar a fronteira da identidade. Sobretudo, no que diz respeito ao cérebro, em que se preserva a memória da vida, e por isso mesmo se assegura em última instância a individualidade.
Por fim, tem de se atender ao princípio da não discriminação, em que a selecção dos receptores só pode ser feita mediante critérios médicos. Relativamente à avaliação moral das transplantações, no que diz respeito às transplantações autoplásticas, estas não oferecem qualquer problema moral desde que seja respeitado o princípio da totalidade. Da mesma forma as transplantações heterólogas são lícitas desde que não impliquem alterações da personalidade. Nas transplantações homoplásticas, não se levantam problemas éticos, quando apenas se trata de uma parte do corpo que não afecta substancialmente o organismo nas suas funções. Porém, quando se trata de doações de órgãos inteiros, o problema assume maior complexidade. Assim, deve assegurar-se que o doador o faça em plena liberdade e devidamente informado dos possíveis riscos, e que as funções essenciais não sofram graves danos.
Finalmente, nas transplantações heteroplásticas, deve-se ter em conta, os riscos de alteração da personalidade que pode ocorrer no receptor. Pelo que a identidade da pessoa prevalece sobre qualquer utilidade que possa ter a transplantação.